quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

# 5 Drops from the Heart




Incertezas
Percorremos incertezas, amarguras, desventuras como quem atravessa uma artéria movimentada de uma cidade em hora de ponta. Esperamos portos seguros que não existem. Somos partículas de inexistências paralelas que cruzam solidões momentâneas e permanentes em fugazes olhares desconhecidos. Somos o tempo de amanhã num minuto do presente que simplesmente não tem futuro.
Procuramos sentido no absurdo de existências que vivemos ininterruptamente conscientes do absurdo destas e olhamos a vida de viés quando ela nos apresenta a estrada sem impedimentos maiores que o vazio. Podíamos ser felizes mas teimamos na insatisfação do eu. Esse eu esquizofrénico que nos aperta as entranhas de quando em quando. Esquecemo-nos do nós, esquecemo-nos das coisas que tornam a vida mais doce, mais simples, esquecemo-nos que amanhã pode não ser, esquecemo-nos do Amor perdidos na ilusão deste, continuamos enamorados do Amor, perdidamente enamorados…
Podíamos ser felizes mas teimamos num qualquer anátema da felicidade que nos percorre a passos furiosos como quem caminha desenfreadamente rumo a uma ausência absoluta.
Hoje perdi-me numa dessas artérias, esqueci-me de tudo, mas principalmente esqueci-me da singeleza da felicidade de te saber feliz. Depois, lembrei-me, abrandei o passo e sorri, afinal havia tempo, tempo para percorrer outra artéria qualquer porque sabia-te feliz e aqui e isso chega.
TMT

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