# 18 | Os amores de Verão... [As Amantes do Verão]

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Confesso, confesso aqui perante vós, há dezoito dias que aguardava o dia de hoje. Assim como quem espera algo muito, muito importante mas mesmo muito importante. A minha alma suspirava de ansiedade, tanto que quase me mandaram às urgências tal era o arfamento. Mais um bocadinho e coscuvilhavam-me o peito à procura do gato asmático que se tinha instalado lá. Entre suspiros o doutor acabaria por descobrir que não era um gato asmático, simplesmente uma ligeira corrente de ar, uma ventania provocada pela porta e as janelas abertas da sala cardíaca. Dá-lhe para estas coisas, à sala, ter correntes de ar. Felizmente alguém fechou a porta e as janelas e a sala voltou à normalidade, o gato está tranquilo e quietinho a ronronar no cesto, a dormir a sesta na sala, já não se houve o suspiro vulgo arfamento singular dos dias anteriores, afinal hoje é dia 18 e posso desbroncar-me. 

Amores de Verão? Como? O quê?  Não entendi! Podem repetir? Façam lá o favorzito, é que deu-me aqui uma estática cerebral e não percebi o que querem dizer com isto... Algo aqui não bate certo, acho que vou ali ao doutor desta vez para me testar os ouvidos, os olhos e assim de rajada mais qualquer coisita que tenha sido afectada pela estática... ou pela senilidade precoce porque fui afectada por uma grave amnésia repentina.